Existe mesmo a possibilidade de explicar tudo que há no mundo? Talvez, e apenas talvez. O tempo total de consciência dos seres humanos ainda não foi suficiente. Começamos a investigar nossas origens e entender o Universo que nos cerca onteM. Não houve tempo para sacarmos em que realidade real flutuamos.
É fácil se afogar neste mar de coisas. Carro, rua, jardim, silêncio, cães, mulheres, homens, política, Direito, canhotos, angu, balde, chip, chips, Hot Chips...chiclete, vaca, tombo, morte, vazio, gordura, sexo, sexo, sexo, sexo, estupidez, arrogância, música, posição, dor, igualdade, violência, maldade, sexo, novela, medo, tênis, carro, sombrinha, lanterna, pasta, relógio e corrente. Sem contar os átomos, doenças, aliens e o STF!
E pelo assombroso amontoado de coisas e a confusão derivada partimos "em busca do tempo perdido" sem sabermos que perdidos um, perdidos dois, perdidos alguns bilhões.
onteM nem percebia que REALIDADE é realitas. A própria definição é não específica.
Procurando respostas. Várias candidatas voluptuariamente desfilam seu veneno. Heidegger entra em cena e tenta com certa medida de sucesso, tenta elaborar uma concreta questão sobre o sentido do ser. Contudo, dizer-me que caminho para a morte é apenas atestar que ainda respiro. Além do mais não poderia encontrar resposta em quem por cegueira ou excesso de visão abraçou o nazismo.
Mas e agora? Volto a realitas. "A realidade é aquela que, quando você parar de acreditar nela, não vai embora.". Philip K. Dick escreveu a pérola. Sei lá, acho que sou fã demais do cara para julgar-lhe a capacidade de exprimir "as coisas". Afinal, o sujeito escreveu "Do Androids Dream of Electric Sheep?" (Blade Runner).
Talvez devesse buscar a verdade. Claro! Para entender o onteM e o resto basta a verdade. Alguns já me disseram que um judeu é a verdade. Sinceramente? Isso é um insulto!!! Não entendemos a realidade, a verdade tem conceitos tão variados como as preferências sexuais de um pan e ainda me veem com a história bizarra mais sangrenta da humanidade? Religião é a confusão institucionalizada. Não é não? Ok. Pare para pensar em qualquer uma delas por cinco minutos. Todas falham no quesito "portadoras da verdade".
Quando Aristóteles pretende seu "Da Interpretação" só pude lembrar-me de Augusto dos Anjos:
A Idéia
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.
Quer saber...vou ali fumar um cigarro!
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